
COROA DE SOLIDÃO
~ EPHRAIM
A minha coroa é o que é, não digo somente dolorosa, ela suporta-se no impensável e define-se pelo inexistente. Porém, ela existe, e eu carrego-a.
Eu sou aquela pessoa de quem ninguém espera algo de novo, a não ser resultados comuns.
Não há inovação, muito menos progresso, e a minha coroa alimenta-se disso, da ausência do invulgar.
A distinção notável.
Alimenta-se da minha dor, é uma maldição. E essa maldição presencia-se na minha personalidade que acaba por tornar-se numa consequência da mesma dor que sinto, eventualmente.
Quanto ao fundamento, ambos temos um processo recíproco, ela alimenta-se de mim e eu dela.
A dor que emano através das minhas palavras resulta da solidão profunda que sinto, e não me rotulem penosamente porque, sistematicamente, existe uma dor psicológica que vive dentro de todos nós, e a única forma de lidarmos com ela é aprendendo a viver consigo, porque a mesma nunca desaparece.
Quem me dera poder livrar-me desta coroa, o seu peso aumenta, a minha hemorragia agrava-se e diariamente afogo-me cada vez mais, ficando sem esperanças de salvação.
A minha coroa de solidão constitui um dualismo sistemático no desenvolver do meu ser, é a minha melhor amiga porque nasceu comigo e, ao mesmo tempo, a minha pior inimiga, que irá acompanhar-me para o resto da vida.
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